Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

O que a escacez pode ensinar

plant-2004483.jpg

Foi a cerca de um ano atrás, após o nascimento da minha filha, que tomei a decisão de ficar em casa como mãe a tempo inteiro por tempo indeterminado.

 

Ora para ficar sem trabalhar não basta querer, tem de haver condições para isso e como parece óbvio nesta situação o meu marido assumiu todas as despesas da casa.

 

Agora imaginem aumentar um membro à família e reduzir um ordenado (ainda que incerto) no orçamento total familiar. Foi preciso fazer alguns ajustes. 

 

A grande lição que tirei deste ano, foi que se não reduzirmos as nossas necessidades nunca estaremos satisfeitos.

 

Ora pensem, trabalhávamos para suprir as necessidades básicas e melhorar as nossas condições de vida, mas assim que passamos a ganhar mais passamos automaticamente a trabalhar também mais tempo e a querer, por isso, nos compensar de alguma forma. Normalmente adquirindo bens materiais, bens de consumo.

 

Os estudos demonstram que ao longo dos anos, apesar das nossas rendas aumentarem o nosso nível de felicidade tem se mantido relativamente estável, o que demonstra que não é a nossa riqueza material e monetária que nos trás felicidade. Gráfico em baixo mostra o caso Americano. 

chart112.jpg

 

Ganhamos melhor, queremos melhores roupas, um melhor carro, uma casa maior, no fim das contas aumentamos de tal forma as nossas necessidades e por nunca estar satisfeitos pois queremos sempre mais e melhor. O tal consumo que nos leva a acreditar que a felicidade está em possuir coisas.

 

Não senti que neste último ano tenha estado em privação de alguma coisa (a não ser de sono 😝), a verdade é que nada me faltou. As minhas necessidades de alimentação, abrigo, segurança, saúde, higiene e conforto estiveram asseguradas e por isso percebi que pouco ao nada me falta. 

 

As minhas necessidades são menores o que me torna uma pessoa mais satisfeita com tudo aquilo que tenho. Valorizo muito mais os meus pertences e cuido melhor deles pois quero minimizar a necessidade de ter de adquirir coisas novas. 

 

De certo uma lição de que pouco precisamos para sermos felizes. Um ano minimalista para uma vida mais simples.

Trocando a cidade pelo campo

germany-2064517_1920.jpg

Tenho um sonho, um sonho antigo, talvez tenha começado quando terminei a Universidade e tive o meu primeiro trabalho pós curso. Senti o quanto a rotina, as exigências económicas, as exigências de produtividade e de subsistência na capital pode ser devastadoras.

 

Este meu sonho de ir viver para o campo, longe de tudo mas perto de muita coisa, intensificou-se com o nascimento da minha filha. Criamos em nós o desejo de lhe proporcionar uma vida mais calma, com tempo para crescer e explorar, contacto com a natureza e a possibilidade de brincar na rua tal como nós na nossa infância.

 

Demorei algum tempo para aceitar esta decisão porque qualquer mudança não implica somente ganhos, existem muitas perdas associadas também, e como qualquer outra pessoa tenho tendência para me agarrar às perdas e aos "ses". 

 

Com a pandemia as saídas com uma bebé de um ano ficaram ainda mais difíceis e reduzidas a alguns locais. Todos os pais sabem a dificuldade que é sair com um bebé para qualquer lado mas numa cidade onde ainda temos de acrescentar tempo de trânsito e agora a possibilidade de aglomerações que pretendemos evitar, tudo se tornou mais difícil. Passamos muito tempo em casa, muito tempo mesmo. Mais tempo do que aquilo que considero saudável para a mente seja de quem for. 


Foi num fim de semana onde estávamos, invariavelmente, em casa, eu e o meu marido cansados e a nossa bebé de energia infinita percebi que para criar um filho é preciso uma Aldeia. 

 

Este provérbio de origem Africana fez um click na minha cabeça. É preciso uma Aldeia no sentido de que não basta o pai e a mãe para criar, educar e cuidar de um filho, como é preciso uma Aldeia no verdadeiro sentido da palavra. Uma Aldeia seria o local onde teriamos aquilo que desejamos para ela. Liberdade, natureza, viver com calma, explorar sem pressa.


A decisão foi assim tomada. Será um processo que levará alguns meses a concretizar e acredito, também vários meses para uma adaptação a uma nova e total diferente realidade. Não sei se este nosso sonho está ou não enviesado por uma visão pouco realista do que significa realmente viver numa Vila do interior do nosso país, no entanto se não tentarmos nunca saberemos. 

Sem dúvida que representa mais um enorme passo no sentido de uma vida mais minimalista! 

Seres sociais / Redes sociais

Aquilo que nos define como cidadãos deste mundo passa por ter um documento identificativo, como o Cartão de Cidadão, no caso do nosso país. Mas no moderno século XXI não é apenas isto, é fundamental para a nossa existência fazermos parte de uma ou várias redes sociais.

 

e3i9thv98kq-tatiana-lapina.jpg

 

Chegamos a um determinado ponto em que a vida online é mais importante que a vida offline, passamos mais tempo a falar da nossa vida nas redes sociais do que realmente a vive-la.

 

Vidas perfeitas, em torno de fotos bonitas e padronizadas, que fazemos questão de partilhar diariamente com amigos, família, colegas e até com desconhecidos. Contudo, sabemos que são uma grande ilusão, ninguém é tão feliz quanto faz questão de parecer nas redes sociais.

 

Porque tentamos mostrar algo que não somos a pessoas que muitas das vezes não nos são próximas, importantes ou conhecidas?

 

No meio desta esquizofrenia ainda temos a sensação de que estamos gradualmente a perder a nossa privacidade e o direito a ela, quando somos nós próprios a escancarar as portas das nossas vidas e da nossa intimidade, algumas das vezes arrastando pessoas próximas sem que elas o tenham consentido.

 

Por outro lado enchemos os nossos egos sob a quantidade de likes ou comentários que recebemos. Mediamos a nossa popularidade pela quantidade de “amigos” nas redes sociais como se estivéssemos viciados e necessitados da aprovação alheia.

 

Temos inúmeras formas de comunicar ao nosso alcance mas manter um diálogo é cada vez mais difícil. Entramos no mundo do individualismo onde o conceito de coletividade cada vez perde mais o seu significado, onde estamos gradualmente a perder a interação com o outro.

 

Somos seres sociais, precisamos de pessoas com quem interagir, interagir presencialmente.

 

Agora não podemos culpar as redes sociais por esta perda de valores que estamos a sofrer, mas nelas temos uma vitrina daquilo que nos estamos a tornar enquanto sociedade.

 

Não estaremos desesperados por atenção, não estaremos carentes do contacto com outras pessoas? Humanos precisam do contacto com outros Humanos!

 

 

Desafio dos 31 dias

Muitas vezes passamos o mês de dezembro a prometer a nós mesmos aquilo que vamos mudar para o novo ano. E se em vez disso, começarmos já? Se cada dia deste mês fizermos uma pequena mudança? 

Miesha Moriniere.jpeg

É esta a minha proposta. Todos os dias fazer uma mudança, um gesto para simplificar o nosso dia, a nossa vida ou a nossa casa? Que dizem, vamos a isto? Aqui ficam 31 dicas:

 

Dia 1 - Ofereça/venda/deite fora um objeto da cozinha desnecessário;

Dia 2 - Faça as suas refeições sem consultar dispositivos eletrónicos;

Dia 3 - Arrume os seus cosméticos;

Dia 4 - Faça o seu guarda-roupa cápsula;

Dia 5 - Passe um dia sem ver televisão;

Dia 6 - Agradeça por 5 coisas boas que tem na sua vida;

Dia 7 - Limpe a sua caixa de email;

Dias 8 - Faça uma rotina relaxante antes de dormir;

Dia 9 - Faça uma caminhada;

Dia 10 - Arrume uma gaveta;

Dia 11 - Não use dispositivos eletrónicos antes de dormir;

Dia 12 - Reflita sobre as últimas 3 compras que fez;

Dia 13 - Não gaste dinheiro por um dia;

Dia 14 - Desligue as notificações do seu telemóvel;

Dia 15 - Não consulte redes sociais ou email durante um dia;

Dia 16 - Analise os seus hábitos;

Dia 17 - Passe um dia sem reclamar;

Dia 18 - Não use maquilhagem;

Dia 19 - Organize o seu computador pessoal;

Dia 20 - Não planeie nada para este dia; 

Dia 21 - Elimine uma despesa;

Dia 22 - Deite fora/venda/ofereça as decorações de natal que não usa;

Dia 23 - Tire 10 minutos para arrumar todos os objetos fora do lugar;

Dia 24 - Separe uma caixa para colocar objetos para doar;

Dias 25 - Diga aquela pessoa o quanto é importante para si;

Dia 26 - Faça uma limpeza ao seu frigorífico;

Dia 27 - Inicie um hábito saudável;

Dia 29 - Faça algo que anda a bastante tempo a adiar;

Dia 30 - Faça uma tarefa de cada vez;

Dia 31 - Agradeça por todas as coisas boas que lhe aconteceram no ano de 2016.

Guarda-roupa cápsula

 

11050192686_7d3422021d_b.jpg

40 Peças de roupa

3 Meses

Sem fazer compras

 

Pois bem, o objetivo aqui é simplificar e reduzir, ter um guarda-roupa minimalista. Porque existe uma enorme distância entre aquilo que temos e aquilo que, realmente, precisamos. E aquilo que precisamos pode passar por um guarda-roupa minimalista de 40 peças. 

Estas 40 peças deverão ser aquelas que nós, realmente, adoramos e portanto que nos sentimos bem com elas. Preferencialmente devem de ser peças versáteis, que possam ser conjugadas com várias outras.

 

Os 3 meses representam uma estação do ano, sendo que no final deste período poderá se fazer alterações, substituindo algumas das peças por peças da estação seguinte. Excluídas destas 40 peças estão os acessórios, as malas, roupa de desporto, roupa interior, pijamas e “roupa de andar por casa”.

 

Tendo em conta que este número de peças será o suficiente para uma temporada de 3 mêses, não será necessário adquirir peças de roupa novas.

   

 

Faça o seu guarda-roupa cápsula

Reflita sobre o meu estilo de vida. Precisa de roupas que se adaptem a sua rotina diária, a sua profissão, a sua forma de estar e como gosta de se sentir. 

 

Retire todas as roupas do seu roupeiro e gavetas. Aqui vai conseguir ter uma percessão da quantidade de roupa que efetivamente pussui. Depois escolha as suas 40 peças. para facilitar esta escolha faça-se as seguintes questões:

 

  1. Usei esta peça nos últimos 12 meses?
  2. Atualmente, esta peça encaixa no meu estilo/ forma de estar?
  3. Esta roupa faz-me sentir bem?

 

Se a resposta for positiva a estas 3 questões, então essa peça pode fazer parte do guarda-roupa cápsula. Se alguma das respostas for negativa então essa peça terá outro destino. Aqui é preciso praticar o desapego, não é fácil, é verdade mas é um processo. Não precisa decidir já o que fazer com as roupas que ficaram de fora da cápsula, pode decidir mais tarde o que fazer com elas. É possivel que volte para "resgatar" alguma das peças.

 

No final deste processo vai sentir-se inesperadamente tranquila. Vai reduzir a toma de decisões e o consumo, dando oportunidade para se conetar consiga própria. Vai adquirir uma vida mais simples, focada nas coisas que realmente são importantes.