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Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Quem quer ser minimalista?

Veja por onde começar

Imagem de Monfocus por Pixabay

Estava em 2016, num emprego que odiava e que estava a destruir a minha saúde mental (Post relacionadoA felicidade numa sociedade de consumo). Quando estava perto de um burnout consegui perceber e sair atempo. Despedi-me sem direito a nada mas com direito a recuperar a minha saúde. Estar num trabalho que quase destruiu aquele que é para todos o bem mais precioso, obrigou-me a parar e a repensar toda a minha vida. Estava em piloto automático e por isso mais vulnerável ao apelo consumista e acreditava que ter cada vez mais coisas seria o caminho para a felicidade.

Este foi para mim o click deu início ao meu processo minimalista. Se chegou até este post é porque talvez também já tenho o seu click

Não tem, necessariamente, de seguir esta ordem mas este pode ser um dos caminhos para uma vida minimalista, mais simples, com mais propósito, menos consumo e menos confusão. 

 

Destralhe a sua casa
Comece por destralhar a sua casa (Post relacionadoComo destralhar a sua casa). Não precisa começar a deitar tudo o que tem fora, até porque isso não seria nada ecológico. Este é um processo longo e demorado. Eu comecei por arrumar cada uma das divisões por sua vez e aos poucos foi percebendo o que realmente usava e o que já não me fazia falta. O destralhe é uma coisa que se treina. A principio é difícil perceber se queremos manter aquela camisola ou dar alguém, ou se precisamos daquele robot de cozinha multifunções que só usamos uma vez, mas com o tempo estas decisões passam a ser mais simples (Post relacionado - Nada do que não tenho me faz falta). Comece por uma gaveta e vai ver que a cada dia fica mais perto de ter uma casa sem acumulação e mais minimalista.

 

Consuma de forma mais consciente
Enquanto estava neste processo longo de destralhar a minha casa percebi que podia viver com muito menos do que imaginava. Se estava a reduzir os meus bens aos essenciais, então tinha muito pouca necessidade de adquirir coisas novas para a minha casa, para o meu roupeiro ou até para mim. Reduzir o consumo e fazer compras mais conscientes é uma das partes fundamentais do minimalismo (Post relacionadoDicas para compras mais conscientes). Comece por identificar onde gasta mais o seu dinheiro e se esse gasto é realmente importante para si e depois basta reduzir ou até mesmo eliminar. O importante é que tenha consciência do que está a adquirir para a sua vida e sua real importância, eliminando assim de todo as compras por impulso. (Post relacionadoDuas dicas para não mais se arrepender das suas compras)

 

Destralhe a sua vida

Aqui também é possível fazer um destralhe. Sabe aquelas pessoas com as quais não tem a mínima vontade de ir beber o cafezinho e deitar conversa fora, aqueles compromissos de fim de semana para os quais não faz questão nenhuma de estar presente. Não vá, diga que não! Cortar da minha vida amizades tóxicas, pessoas negativas e eventos dos quais eu não queria estar foi um caminho para uma vida mais simples. Viver aquilo que realmente quer viver é mais importante do que fazer aquilo que a sociedade acredita que deve de fazer. Elimine da sua vida todas as pessoas e tarefas que não o/a fazem feliz.

 

Viva com mais propósito 

Ao perceber que podia ser feliz com menos coisas e consumindo menos, automaticamente não precisava de ganhar muito dinheiro para manter um estilo de vida confortável e acima de tudo com propósito. Reduzir os bens materiais faz-nos dar valor as coisas que são realmente importantes na vida. Para mim ao abdicar desta necessidade de ganhar mais dinheiro para poder ter cada vez mais coisas, deu-me espaço para pensar naquilo que me realizaria enquanto profissional. 

Abdiquei dos ditos empregos tradicionais das 9h às 18h e de um ordenado fixo. Trabalho agora a recibos verdes num regime de prestação de serviços. Sou instrutora de Yoga e amo aquilo que faço, contudo, todos os meses o quanto vou ganhar o quanto vou trabalhar ou os meus horários são uma incógnita. Apesar desta "instabilidade" assustar muitas pessoas a minha volta, considero que não ter nada fixo até mesmo o ordenado é para mim uma forma de liberdade. 

 

Nada do que não tenho me faz falta

Imagem de DarkWorkX por Pixabay

Nesta minha viagem pelo minimalismo, que se iniciou em 2016 após um longo período de desemprego, foram muitas as coisas das quais me desfiz, que dei ou vendi e que deitei fora.


Um dos argumentos que mais usamos para nós próprios quando estamos num processo de destralhar a nossa casa (ou/e a nossa vida) é que aquilo pode um dia ainda vir a ser útilFoi a pensar desta forma que durante anos acumulei muita coisa inútil (para mim) e, grande parte das vezes, o dia em que tal objeto voltaria a ser útil nunca chegou.

 

Agora, se houve vezes em que abdiquei de alguma coisa e posteriormente vim a precisar desse mesmo objeto? Sim, já aconteceu. Mas foram coisas tão pouco significativas que não me consigo recordar que coisas foram exatamente. Ou seja a ausência de tais objetos não causou um imprevisto tão grande na minha vida ao ponto de necessitar de voltar a comprar o que achava que já não precisava.

 

Foi nestas pequenas situações que percebi que o pior que pode acontecer quando destralhamos a nossa casa é abdicar de algo que possa vir a ser útil novamente mas que essa falta é tão pouco significativa que não cause nenhum transtorno que não seja facilmente solucionável.

 

Somos apegados em demasia aos bens materiais, ficamos com muita pena de abdicar de coisas que já não nos são úteis, já não nos servem, já não estão alinhadas connosco e com a nossa forma de estarmos na vida, mas por algum motivo sentimos receio de deixar de parte aquele objeto.


Para ultrapassar este "medo" passei a perguntar a mim própria, quando foi a última vez em que aquilo me foi útil e a questão mais importante, no caso de me desfazer daquilo o que de pior pode vir a acontecer? A resposta é sempre a mesma, o que de pior pode vir a acontecer é ter de comprar novamente, situação que em três anos nunca aconteceu. Quando ultrapassamos este receio é percebemos que são apenas coisas rapidamente entramos num processo minimalista, sem pesos na consciência nem sentimentos de culpa ou de perda.

 

Por onde começar:

Comece por se perguntar a si mesmo/a quando foi a última vez que usou aquele objeto. Se no último ano não usou ou se nem se recorda da última vez então já sabe o seu destino. Dar,vender reciclar e, atenção, só por último deitar fora.

Preparado para iniciar o destralhe da sua casa/da sua vida?