Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Já não tenho, já não uso, já não compro

Imagem de StockSnap por Pixabay

Ao longo de três anos de minimalismo já perdi a conta a quantidade de coisas de que já não tenho, que deixei de usar e que deixei de comprar. Algumas delas com pouco significado económico na minha vida outras com um peso enorme no meu estilo de vida. 

Deixei de usar maquilhagem todos os dias. A determinada altura da minha vida percebi que a necessidade de andar todos os dias maquilhada passou a ser um peso para mim. Escondia-me por atrás de uma quantidade enorme de produtos de beleza não sendo capaz de ir despejar o lixo sem me maquilhar. Atualmente saiu tranquilamente e segura de mim própria com muito pouca ou mesmo nenhuma maquilhagem. Isto acabou por me levar a deixar de comprar muitos produtos dos produtos que me sentia "obrigada"min a usar . Posso dizer que atualmente apenas uso 5 produtos e que os vou comprando na medida em que se gastam. Faço maquilhagens simples e rápidas e adquiri um estilo mais clean.

Já não tenho carro. Aqui em casa eu e o meu marido tínhamos os nossos carros de solteiros. A determinada altura trocamos um dos carros por um carro familiar e ao fim de muito pouco tempo percebemos que para além de usarmos muito pouco o meu carro, por ser mais pequeno, este representava uma despesa enorme no nosso orçamento. Vendi o meu carro e temos à cerca de um mês um único carro que gerimos entre ambos conforme compromissos e trabalho. Nem sempre é prático irmos a determinados sitios com um carro familiar por se ter uma maior dificuldade para se encontrar estacionamento, mas para já tem sido o único incoveniente e  no final das contas o saldo é positivo.

 

Já não compro presentes de Natal. É verdade, desde o natal de 2016 que não ofereço presentes a ninguém da família ou amigos. No primeiro ano avisei desta minha decisão e também pedi que não me fossem oferecidas prendas pois andava num processo de destralhar a casa e o guarda roupa. Ninguém estranhou, aliás acho que até me agradeceram. Esta pressão de ter de oferecer algo só porque tem de ser, para mim, já não faz qualquer sentido. Nos natais subsequentes já ninguém estranhou a ausência de presentes e posso dizer que alguns familiares inspirados por mim fizeram o mesmo desde então. Já viram o alívio que é não ter de ir para filas em lojas de centros comerciais em dezembro e sim desfrutar desse tempo junto da família. Isso sim é o verdadeiro espirito de Natal.

 

Já não compro jogo. Não sou daquelas pessoas que todas os dias arrisca a sua sorte numa Raspadinha ou que joga todas as semanas no Euro Milhões mas jogava algumas vezes. Como praticamente a grande esmagadora maioria das pessoas, perdi muito mais do que alguma vez ganhei. Do que me lembro os prémios mais significativos foram 20 Euros e 10 Euros em Raspadinhas, o que é uma insignificância perante todo o dinheiro que já gastei. Portanto eliminei de vez este gasto, deixou de fazer sentido para mim, até porque se pretendo ter um estilo de vida minimalista para que querio o Euro Milhões? Brincadeiras a parte, apesar de não ser um gasto significativo deixou de ser um gasto para mim. 

 

O mais importante neste processo de eliminar despesas ou hábitos não é a quantidade. Cada pessoa sabe aquilo que lhe faz falta. Não precisa vender o seu carro para ser minimalista, na realidade os seus pertences têm de ser aqueles de que realmente fazem sentido e suprimem uma necessidade real no seu estilo de vida.

 

E por ai, o que já deixaram de comprar?

Nada do que não tenho me faz falta

Imagem de DarkWorkX por Pixabay

Nesta minha viagem pelo minimalismo, que se iniciou em 2016 após um longo período de desemprego, foram muitas as coisas das quais me desfiz, que dei ou vendi e que deitei fora.


Um dos argumentos que mais usamos para nós próprios quando estamos num processo de destralhar a nossa casa (ou/e a nossa vida) é que aquilo pode um dia ainda vir a ser útilFoi a pensar desta forma que durante anos acumulei muita coisa inútil (para mim) e, grande parte das vezes, o dia em que tal objeto voltaria a ser útil nunca chegou.

 

Agora, se houve vezes em que abdiquei de alguma coisa e posteriormente vim a precisar desse mesmo objeto? Sim, já aconteceu. Mas foram coisas tão pouco significativas que não me consigo recordar que coisas foram exatamente. Ou seja a ausência de tais objetos não causou um imprevisto tão grande na minha vida ao ponto de necessitar de voltar a comprar o que achava que já não precisava.

 

Foi nestas pequenas situações que percebi que o pior que pode acontecer quando destralhamos a nossa casa é abdicar de algo que possa vir a ser útil novamente mas que essa falta é tão pouco significativa que não cause nenhum transtorno que não seja facilmente solucionável.

 

Somos apegados em demasia aos bens materiais, ficamos com muita pena de abdicar de coisas que já não nos são úteis, já não nos servem, já não estão alinhadas connosco e com a nossa forma de estarmos na vida, mas por algum motivo sentimos receio de deixar de parte aquele objeto.


Para ultrapassar este "medo" passei a perguntar a mim própria, quando foi a última vez em que aquilo me foi útil e a questão mais importante, no caso de me desfazer daquilo o que de pior pode vir a acontecer? A resposta é sempre a mesma, o que de pior pode vir a acontecer é ter de comprar novamente, situação que em três anos nunca aconteceu. Quando ultrapassamos este receio é percebemos que são apenas coisas rapidamente entramos num processo minimalista, sem pesos na consciência nem sentimentos de culpa ou de perda.

 

Por onde começar:

Comece por se perguntar a si mesmo/a quando foi a última vez que usou aquele objeto. Se no último ano não usou ou se nem se recorda da última vez então já sabe o seu destino. Dar,vender reciclar e, atenção, só por último deitar fora.

Preparado para iniciar o destralhe da sua casa/da sua vida?