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Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

A felicidade numa sociedade de consumo

Imagem de Michael Gaida por Pixabay

Domingo à noite, já me encontro numa espécie de sofrimento interno. Tento aproveitar os últimos momentos de descanso pois amanhã regresso ao trabalho. O fim de semana é sempre muito pequeno, passa rápido, parece nunca ser o suficiente para me sentir restabelecida.

Segunda 6h da manhã, toca o telemóvel para me despertar. A minha vontade é de ficar na cama, passa pela minha cabeça imagens do meu local de trabalho e percebo como o odeio tanto. Penso nas consequências de faltar um dia ao trabalho ou de chegar atrasada e em como isso representa um desfalque nas minhas contas já desfalcadas. Tomo banho faço a minha rotina matinal como se de um robot se tratasse. Não tenho sentimentos, faço por tenho de fazer, todos o fazem, é a vida. 

No comboio sento-me ao pé da janela, quando é possível. Aproveito para ouvir um pouco de música. Muitas vezes é isso que me dá motivação para sair de casa, poder ouvir alguns minutos de música enquanto observo a mesma paisagem todos os dias mas da qual não me canso. 

Chego ao trabalho, todos estão com a mesma cara que eu, todos referem que chatice é ser segunda-feira. Todos falam apaixonadamente do seu fim de semana. Sento-me em frente ao computador e inicio o meu trabalho. Quando vejo o que tenho em mãos odeio ainda mais a minha vida, odeio aquele trabalho e todo nele. As pessoas são todas mal pagas, amarguradas, invejam constantemente os bens uns dos outros como se todos não tivessem as mesma dificuldades. 

Apesar disso todos ostentam bons telemóveis, roupas e sapatos novos constantemente. Parece que trabalhamos para ter a possibilidade de nos vestir-mos bem para ir trabalhar.

Sou chamada a uma reunião, a equipa excedeu as expectativas, conseguimos os objectivos do mês mas não é o suficiente, nunca é o suficiente, querem mais. Saímos da reunião meio derrotados e com ordens para trabalhar ainda mais em troco de nada, por amor a camisola, porque a empresa precisa e, ou estamos com a equipa ou não estamos. 

Apesar da vontade de mandar tudo pelo ar tenho de ficar, preciso de emprego, preciso de estabilidade. Estabilidade... estabilidade de viver em sofrimento todos os dias! Não deixa de ser estável, amanhã será tão doloroso como hoje. 

Regresso a casa, a sensação de libertação é boa, mas demoro mais de uma hora a chegar o que me faz perder as forças para realizar todos os planos que tinha em mente assim que me livrei do trabalho. Ginásio, caminhada, ler um pouco...  já não tenho tempo nem disposição.

Recordo-me que amanhã tenho de recarregar o meu passe de comboio, a empresa ainda não pagou o ordenado o já vem sendo costume. A solução é igual a do mês anterior, comprar bilhetes a preço de ouro até que a empresa nos pague. 

Chego a casa, faço o jantar e preparo marmita do dia seguinte, desabafo com o meu marido o quão horrível foi o meu dia. Noto na expressão dele o cansaço de quem também trabalhou o dia todo e já conhece este meu discurso, no entanto, ouve de forma paciente. Sento-me no sofá e penso finalmente que vou ter um momento de descanso. A minha mente está demasiado cansada, passei o dia frente a um computador, já é tarde e amanhã tudo recomeça. 

Vou para a cama, na minha cabeça já passa em forma de filme todo o que tenho para fazer no dia seguinte e o quanto odeio o meu trabalho. Apesar da vontade de mandar tudo pelo ar tenho de ficar, preciso de emprego, preciso de estabilidade. Estabilidade... estabilidade de viver em sofrimento todos os dias! Não deixa de ser estável, amanhã será tão doloroso como hoje. 

Terça 6h da manhã, toca o telemóvel para me despertar. A minha vontade é de ficar na cama...

 

Esta já foi a minha realidade durante 2 longos e dolorosos anos, talvez também seja a sua...

Duas dicas para não mais se arrepender das suas compras

Imagem de gonghuimin468 por Pixabay

Quem nunca chegou a casa com aquela peça de roupa linda que acabou toda enrolada ao fundo do roupeiro sem que tivesse a hipótese de ver novamente a luz do dia? Quem nunca comprou aquele electrodoméstico super sofisticado com mil funções e o usou apenas uma única vez porque dava imenso trabalho a lavar? Quem nunca comprou aquele objeto decorativo e acabou por encher mais a casa, ser mais uma coisa para limpar e não acrescentou assim tanto a sua casa como pensava. 

Com toda a certeza já se arrependeu de alguma coisa que comprou assim que chegou a casa ou algum tempo depois.

Como parar de fazer este tipo de compras, as compras por impulso? As vezes as coisas são tão baratas que o arrependimento não é muito. Mas quando são coisas caras ficamos a chorar pelo nosso dinheiro algum tempo. Seja qual for a situação pode reduzir este tipo de consumo e poupar alguns trocos para coisas de que realmente precisa.

 

Artigo relacionado : Dicas para compras mais conscientes

 

Dica 1

Antes de adquirir seja o que for, converta o valor dessa compra em horas de trabalho. Sim, em horas de trabalho, portanto esse objeto vai-lhe custar, imaginemos 45€, ganha X€ por hora isto vai-lhe custar Y horas de trabalho. Quando pensa que uns sapatos, por exemplo, custam 5 horas de trabalho, talvez pondere se realmente precisa deles em vez de comprar no impulso. É que 5 horas de trabalho ainda são 5 horas de trabalho!

Atenção, que o objetivo não é comprar mais barato. Porque outro ponto importante é a qualidade daquilo que obtém. Deve de adquirir as coisas com a melhor qualidade que o seu orçamente lhe permitir para que aquilo que comprou lhe possa servir pelo maior tempo possível.

 

Dica 2

Por outro lado, existem coisas que podem ser realmente baratas e esta conversão em horas de trabalho levar-nos a pensar que podemos comprar sem arrependimentos. Não é bem assim! Vejamos outro exemplo, porque precisa daquela camisa branca? É barata e gostou dela, porque não comprar? 

Na verdade pode comprar já, mas antes aguarde alguns dias (pode estipular um prazo se quiser, uma semana, ou um mês por exemplo), não compre de imediato só porque é barato.

Atenção, esta estratégia também é válida para compras de valor mais avolutado! Eu diria até que nesses casos este tempo de ponderação é bastante importante, porque compras mais caras, maior pode ser o arrependimento.

Se nos próximos dias identificar situações em que a tal compra lhe iria facilitar a vida ou suprir alguma necessidade então volte lá e compre, agora com a certeza que é algo que lhe faz falta. Se por acaso nesse período de tempo nem se lembrou de tal coisa então é porque não lhe faz assim tanta falta. 

 

Por aí algum arrependimento com compras?