Nada do que não tenho me faz falta
Nesta minha viagem pelo minimalismo, que se iniciou em 2016 após um longo período de desemprego, foram muitas as coisas das quais me desfiz, que dei ou vendi e que deitei fora.
Um dos argumentos que mais usamos para nós próprios quando estamos num processo de destralhar a nossa casa (ou/e a nossa vida) é que aquilo pode um dia ainda vir a ser útil. Foi a pensar desta forma que durante anos acumulei muita coisa inútil (para mim) e, grande parte das vezes, o dia em que tal objeto voltaria a ser útil nunca chegou.
Agora, se houve vezes em que abdiquei de alguma coisa e posteriormente vim a precisar desse mesmo objeto? Sim, já aconteceu. Mas foram coisas tão pouco significativas que não me consigo recordar que coisas foram exatamente. Ou seja a ausência de tais objetos não causou um imprevisto tão grande na minha vida ao ponto de necessitar de voltar a comprar o que achava que já não precisava.
Foi nestas pequenas situações que percebi que o pior que pode acontecer quando destralhamos a nossa casa é abdicar de algo que possa vir a ser útil novamente mas que essa falta é tão pouco significativa que não cause nenhum transtorno que não seja facilmente solucionável.
Somos apegados em demasia aos bens materiais, ficamos com muita pena de abdicar de coisas que já não nos são úteis, já não nos servem, já não estão alinhadas connosco e com a nossa forma de estarmos na vida, mas por algum motivo sentimos receio de deixar de parte aquele objeto.
Para ultrapassar este "medo" passei a perguntar a mim própria, quando foi a última vez em que aquilo me foi útil e a questão mais importante, no caso de me desfazer daquilo o que de pior pode vir a acontecer? A resposta é sempre a mesma, o que de pior pode vir a acontecer é ter de comprar novamente, situação que em três anos nunca aconteceu. Quando ultrapassamos este receio é percebemos que são apenas coisas rapidamente entramos num processo minimalista, sem pesos na consciência nem sentimentos de culpa ou de perda.
Por onde começar:
Comece por se perguntar a si mesmo/a quando foi a última vez que usou aquele objeto. Se no último ano não usou ou se nem se recorda da última vez então já sabe o seu destino. Dar,vender reciclar e, atenção, só por último deitar fora.
Preparado para iniciar o destralhe da sua casa/da sua vida?