Quem quer ser minimalista?
Veja por onde começar
Estava em 2016, num emprego que odiava e que estava a destruir a minha saúde mental (Post relacionado - A felicidade numa sociedade de consumo). Quando estava perto de um burnout consegui perceber e sair atempo. Despedi-me sem direito a nada mas com direito a recuperar a minha saúde. Estar num trabalho que quase destruiu aquele que é para todos o bem mais precioso, obrigou-me a parar e a repensar toda a minha vida. Estava em piloto automático e por isso mais vulnerável ao apelo consumista e acreditava que ter cada vez mais coisas seria o caminho para a felicidade.
Este foi para mim o click deu início ao meu processo minimalista. Se chegou até este post é porque talvez também já tenho o seu click.
Não tem, necessariamente, de seguir esta ordem mas este pode ser um dos caminhos para uma vida minimalista, mais simples, com mais propósito, menos consumo e menos confusão.
Destralhe a sua casa
Comece por destralhar a sua casa (Post relacionado - Como destralhar a sua casa). Não precisa começar a deitar tudo o que tem fora, até porque isso não seria nada ecológico. Este é um processo longo e demorado. Eu comecei por arrumar cada uma das divisões por sua vez e aos poucos foi percebendo o que realmente usava e o que já não me fazia falta. O destralhe é uma coisa que se treina. A principio é difícil perceber se queremos manter aquela camisola ou dar alguém, ou se precisamos daquele robot de cozinha multifunções que só usamos uma vez, mas com o tempo estas decisões passam a ser mais simples (Post relacionado - Nada do que não tenho me faz falta). Comece por uma gaveta e vai ver que a cada dia fica mais perto de ter uma casa sem acumulação e mais minimalista.
Consuma de forma mais consciente
Enquanto estava neste processo longo de destralhar a minha casa percebi que podia viver com muito menos do que imaginava. Se estava a reduzir os meus bens aos essenciais, então tinha muito pouca necessidade de adquirir coisas novas para a minha casa, para o meu roupeiro ou até para mim. Reduzir o consumo e fazer compras mais conscientes é uma das partes fundamentais do minimalismo (Post relacionado - Dicas para compras mais conscientes). Comece por identificar onde gasta mais o seu dinheiro e se esse gasto é realmente importante para si e depois basta reduzir ou até mesmo eliminar. O importante é que tenha consciência do que está a adquirir para a sua vida e sua real importância, eliminando assim de todo as compras por impulso. (Post relacionado - Duas dicas para não mais se arrepender das suas compras)
Destralhe a sua vida
Aqui também é possível fazer um destralhe. Sabe aquelas pessoas com as quais não tem a mínima vontade de ir beber o cafezinho e deitar conversa fora, aqueles compromissos de fim de semana para os quais não faz questão nenhuma de estar presente. Não vá, diga que não! Cortar da minha vida amizades tóxicas, pessoas negativas e eventos dos quais eu não queria estar foi um caminho para uma vida mais simples. Viver aquilo que realmente quer viver é mais importante do que fazer aquilo que a sociedade acredita que deve de fazer. Elimine da sua vida todas as pessoas e tarefas que não o/a fazem feliz.
Viva com mais propósito
Ao perceber que podia ser feliz com menos coisas e consumindo menos, automaticamente não precisava de ganhar muito dinheiro para manter um estilo de vida confortável e acima de tudo com propósito. Reduzir os bens materiais faz-nos dar valor as coisas que são realmente importantes na vida. Para mim ao abdicar desta necessidade de ganhar mais dinheiro para poder ter cada vez mais coisas, deu-me espaço para pensar naquilo que me realizaria enquanto profissional.
Abdiquei dos ditos empregos tradicionais das 9h às 18h e de um ordenado fixo. Trabalho agora a recibos verdes num regime de prestação de serviços. Sou instrutora de Yoga e amo aquilo que faço, contudo, todos os meses o quanto vou ganhar o quanto vou trabalhar ou os meus horários são uma incógnita. Apesar desta "instabilidade" assustar muitas pessoas a minha volta, considero que não ter nada fixo até mesmo o ordenado é para mim uma forma de liberdade.