Mãe a tempo inteiro, abdicar da profissão ou viver um propósito de vida
Ingressei no ensino superior para ser aquilo que me prometiam se o fizesse, ser uma mulher independente. Criticava aquelas que, aparentemente, abdicavam da sua identidade em prol dos filhos, achando que os mesmos não seriam agradecidos e no final a prejudicada sempre é a mãe.
Pois, a maternidade deve ser daquelas vivências onde mais "o peixe morre pela boca" pois quando temos um bebé a crescer no nosso ventre e quando temos um recém nascido nos braços, tudo muda, as nossas crenças mudam, nós próprias mudamos.
E foi assim nesta, inevitável, mudança que eu, uma mulher casada de 31 anos, que se dizia independente e que achava que uma mulher não se deve anular pelos filhos, decidiu ser mãe a tempo inteiro, deixando para trás a sua, outra, profissão.
A realidade é que não sinto que estou a abdicar ou a perder algo, não consigo conceber de outra forma, não consigo entender porque uma mãe é "obrigada" a deixar o seu bebé aos 4/5 meses num berçario, quando a dependência do bebé da mãe é ainda total. Recorrendo aos meus instintos mais primitivos fiz esta opção. Mas faço-o, também, porque sou uma privilegiada e o posso realmente fazer. Quanto tempo irei ficar dedicada A tempo inteiro a casa e a minha bebé? Não sei, ficarei o tempo que for possível, que for necessário, que o meu coração assim o entender.
Agora posso dizer que sou uma mulher que segue uma corrente minimalista, que vivo de forma simples e com propósito. Sou uma mulher que se tornou mãe de uma menina e que reforçou, ainda mais, as suas crenças sobre o que é realmente importante na vida.