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Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Ter Menos Ser Mais

Encontre nas coisas simples a liberdade, a felicidade e a intencionalidade da vida

Destralhe digital

Primeira semana

Imagem de Ylanite Koppens por Pixabay

Confesso que os primeiros dias foram, não diria difíceis, mas sem dúvida que faltava-me algo. Faltava-me ter ali à distância de “um braço” uma fonte constante de novidades.

 

Dei por mim a mexer demasiadas vezes no telemóvel esquecendo-me que já não tinha as redes sociais ativas. E por isso ficava aborrecida nos tempos mortos como uma criança sem brinquedos. Confesso que isso irritou-me e levou-me a questionar porque que precisava de estar sempre ocupada, quando muitas das vezes essa ocupação constante me deixava exausta e até me retirava tempo a coisas muito mais importantes.

 

Numa tentativa inconsciência de me manter ocupada dei por mim a consultar muito mais notícias e o Pinterest como forma de acesso as tais novidades a que o meu cérebro estava habituado. Decidi que não iria eliminar estas aplicações e que as iria consultar apenas quando quisesse pesquisar algo em concreto e não apenas para me entreter a ver fotos e notícias com ou sem interesse. Terei que adquirir aqui mais disciplina.

 

Ao final de 3 ou 4 dias o telemóvel deixou de ser tão interessante para mim e por isso não andava com ele sempre comigo em casa. Deixava-o muitas vezes em outra divisão porque este já não representava uma forma de distração.

 

Por outro lado dei por mim a tirar fotos e a pensar, que aquela foto seria bonita para publicar ao mesmo tempo que já pensava numa legenda. Como não a iria publicar fiz uma reflexão. Porque que queria expor aquele meu momento, ou um momento da minha família na internet? Mesmo que para amigos, apesar daqueles 300, talvez meia dúzia sejam efetivamente amigos com os quais gostaria de partilhar algo da minha vida. Porque iria expor aquele momento, mesmo sendo um momento bonito?

 

Para já, com apenas uma semana, o balanço é positivo. Passei a estar mais presente nas situações simples do dia a dia, mais presente para brincar com a minha filha, mais presente e com mais tempo para outras tarefas que me permitem aumentar a minha qualidade de vida diária porque esse tempo não está ocupado a olhar para um ecrã.


Por aqui continuo nos meus 30 dias de minimalismo digital!!

 

Slow Living - Alentejo

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A minha mudança da capital para uma Vila Alentejana prendeu-se com vários motivos, mas um deles que queria destacar, foi a necessidade de estar num lugar em equilíbrio com o meu estilo de vida Slow. Slow Living ou viver devagar é um movimento minimalista que tem como propósito viver uma vida de forma mais lenta, lenta não no sentido de preguiça ou de fazer menos coisas, mas sim de fazer as coisas com tempo, com propósito, estando presente. 

 

Todos nós conhecemos o discurso ou a sensação de que o dia deveria ter mais horas para fazer tudo aquilo que queremos, devemos ou deveríamos fazer. Parece que vivemos sempre em contra relógio e enquanto isso, os anos passam, os momentos passam, e nós um dia olhamos ao espelho e nem nos reconhecemos. 

 

O meu viver devagar começou ainda quando vivia na cidade, pois acredito que sendo um desejo nosso, o facto de viver numa cidade não o impede. Contudo também não permite viver em totalidade uma vida mais desacelerada porque estamos inseridos numa dinâmica urbana e temos de muitas vezes de andar dentro do ritmo. 

 

Para mim estes 4 grandes factores, que descreverei de seguida, foram aqueles pontos chave que a vida no Alentejo ajudou a equilibrar como o meu desejo e estilo de vida Slow. Factores que só aqui ou em lugares semelhantes é possível ter. No entanto, reforço, que nem todos precisamos "fugir" da cidade para ter um estilo de vida mais minimalista ou desacelerado, e nem todos nos adaptamos a este viver mais devagar, e a diversidade de estilos de vida é importante e deve ser valorizada, pois não existe certo ou errado no que diz respeito a forma como escolhemos viver. 

 

Silêncio

Onde vivo actualmente, quando pela manhã abro a janela, apenas ouço pássaros, ovelhas e as folhas das árvores. Este silêncio ou estes sons da natureza promovem uma enorme tranquilidade, reduzem o stress, e até melhoram o sistema cognitivo e o humor, segundo um estudo de Abril de 2021 publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” e que posso comprovar diariamente. Todo o silêncio que me rodeia ajuda-me no foco daquilo que é mais importante porque não tenho fora do meu controlo factores distractivos. A tranquilidade do silêncio é algo que valorizo e me permite viver em tranquilidade e de forma equilibrada. 

 

Trânsito

O trânsito, ou melhor a ausência dele. Este foi um dos enormes factores de mudança para uma vida mais desacelerada. Não ter hora de ponta nem trânsito para me deslocar a qualquer lado, retira da rotina esta preocupação e este tempo perdido, assim como o stress e , por vezes, o desespero de estar preso no trânsito. É uma mudança e um aumento tremendo na qualidade de vida e faz com que qualquer deslocação necessária ou apenas por lazer seja feita tranquilamente a qualquer hora, sem pressas. 

 

Natureza

Viver a dois passos do campo, da natureza, tem vantagens que eu própria antes de vir para cá não entendia. Estar em contacto diário com a natureza para além de todos os benefícios psicológicos que trazem ao ser humano, seja pela calma que uma paisagem verde transmite, seja pela tranquilidade, permitir respirar ar mais puro entre outros, viver em conjunto com o mundo natural, do qual nós fazemos parte, permite-me ter consciência dos ciclos da natureza. Para além de me aproximar, presenciar e ter noção destes ciclos, faz com que eu própria esteja em sintonia com estes. Dou o exemplo das Oliveiras, a árvore que existem em maior quantidade. Já presenciei o rebentar da flor na primavera a sua queda no final desta, e o inicio do crescimento da azeitona. Em breve será época de apanhar e fazer o azeite. Presenciar os ciclos e fazer parte deles, saborear os legumes e fruta da época, observar a flor, a queda e o crescimento, tem sido uma experiência sensorial bastante enriquecedora. Esta sintonia deu-me uma noção de tempo diferente, e perceber que tudo demora o seu tempo, tudo precisa do seu tempo é importante. A natureza vive desacelerada e nós podemos aprender algo com ela. 

 

Espaço

A Vila onde vivo tem uma área de 26 quilómetros quadrados e uma população de cerca de 1200 habitantes. Portanto é espaço suficiente para a quantidade de habitantes o que faz com que não haja problemas relacionados a espaço. Desde estacionamento, trânsito, espaço para as crianças brincarem, mesa num café ou filas na mercearia. Acrescentando ainda a vantagem que existe espaço suficiente para manter as distâncias de segurança com as quais já nos familiarizamos no último ano e meio. Viver num sitio arejado em contraste com o viver na "confusão" ajuda-me a centrar no meu estilo de vida desacelerado e tranquilo que tanto procurava.

 

Estes foram para mim os 4 grandes motivos que se alinharam a ajudaram ao meu estilo de vida desacelerado. E tu também segues este movimento? Como desaceleras a tua vida?

Minimalismo digital

Desafio destralhe digital

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Tenho vivido numa luta interior no que diz respeito as redes sociais. Estive alguns anos fora, e apesar dos comentários de amigos e colegas de trabalho que achavam que a falta de uma rede social era como a falta de um cartão de identificação nunca senti que me fazia falta. (Seres sociais, Redes sociais) Contudo quando comecei a dar aulas de Yoga achei que seria conveniente ter um meio de divulgação do meu trabalho.

 

Comecei por ter apenas uma página profissional mas acabei por me render e também já tenho paginas pessoais por esses facebook e Instagram fora. 

 

Na verdade percebi o quão viciante estas aplicações podem ser, qualquer momento de tédio dou por mim a lamber o feed de uma destas redes sociais sem qualquer objetivo. Por vezes pego no telemóvel só porque sim, bastam 10 segundos de tédio. Nem vou referir a exposição constante a encenações de vidas que nos fazem acreditar que existe algo de errado com a nossa. Mais que isso considero que este tipo de aplicações são extremamente aditivas e são elaboradas com esse propósito. 

 

Não estou com isto a negar as vantagens, longe disso, o acesso que hoje temos à informação é incrível e as redes sociais já nos permitiram coisas muito boas. 

 

Mas no seguimento do meu desconforto com algumas das desvantagens da tecnologia decidi aderir ao desafio proposto no post do Blog Ana, Go Slowly, Desafio destralhe digital. Consiste basicamente em fazer uma espécie de detox/destralhe digital durante 30 dias. As regras serão definidas por cada um de nós, quer em relação as apps que serão proibidas durante os 30 dias, quer em relação as que vamos continuar a utilizar quando e por quanto tempo. Depois é escolher os período de 30 dias e seguir o desafio. 

 

Penso que este período de tempo, para mim, vai me permitir perceber quanto tempo gasto neste aplicações e como posso usar esse tempo para outras coisas na vida real. Vai ajudar a clarificar quais são as ferramentas que a nível profissional ou pessoal acrescentam valor e me auxiliam no caminho que pretendo seguir. 

 

Acima de tudo acho que me vai permitir ter a consciência do quão viciantes podem ser as redes sociais e outras aplicações e de como por vezes são elas que nos usam e não nós que as usamos!

 

Iniciei o meus 30 dias hoje, no final dos 30 dias farei um balanço dos mesmos.

 

Quem mais vai entrar neste desafio?

A ilusão de uma vida Zen

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Um dos grandes benefícios, a meu ver, do Yoga é a forte capacidade de reduzir o stress, reduzir sintomas de depressão leve e ansiedade. Esta capacidade já foi demonstrada pela ciência e se falar com qualquer praticante habitual de Yoga este irá confirmar na primeira pessoa.

 
 

Este, é um tema que me é querido. Foi também numa fase muito stressante da minha vida que decidi experimentar pela primeira vez uma aula de Yoga.

 
 

No entanto tenho receio de que com este tornar o stress o mal do século (que em parte não o deixa de ser) podemos (eu própria) cair aqui numa ilusão e utopia que o saudável e o ideal é não sentirmos stress, ou outras emoções consideradas negativas. Isso não pode ser mais errado!

 
 

Num estudo onde a metade dos participantes foram explicados os efeitos negativos do stress para a saúde, quando exposto a uma situação de stressante, demonstraram um maior nível de hormonas do stress do que a outra metade dos participantes expostos à mesma situação mas sem que lhes tenha sido dada qualquer explicação. Portanto, por vezes, a convicção de que o stress é prejudicial à saúde pode fazer com que ele próprio se torne mais prejudicial.

 
 

Gosto especialmente de uma frase proferida por Gautama Buddha, pela sua simplicidade e verdade!

 

A vida é sofrimento.

 

Efetivamente sim, a vida é sofrimento, não constante, tal como a felicidade, também não é constante. São ciclos que se abrem e fecham e dão lugar a outros.

 
 
 

Todos nós já experimentamos um leque variadíssimo de emoções, sentimentos e estados. Dos mais agradáveis aos mais desagradáveis o que demonstra que este espectro faz parte da vida e daquilo que somos. Todas as emoções fazem parte do Ser humano e o stress foi e não deixa de ser uma excelente forma de sobrevivência e multiplicação da nossa espécie.

 
 

Um mês após o nascimento da minha filha, na consulta com a pediatra e na eminência de uma depressão pós parto, questionei a médica porque a bebé chorava tanto (Refluxo oculto, na altura ainda não tinha sido diagnosticado). A pediatra percebendo a minha angustia questionou-me. "Mas não é professora de Yoga?"

 
 

Podemos cair neste erro, de achar que se praticarmos Yoga, meditação ou outro tipo de atividade mindfull conseguimos lidar com tudo, não sentimos stress, somos pessoas tranquilas a todo o momento e perante qualquer adversidade. Este pode ser um lugar perigoso que não quero, de todo, perpetuar quando escrevo aqui no blogue sobre o Yoga e os todos seus benéficos.

 
 

O Meu Yoga que tanto amo e difundo pelo maior número de pessoas que posso, não é uma fuga à realidade, é uma forma saudável de manutenção de estados de bem-estar e um promotor positivo para estados de desequilíbrios que surgem nas vidas de todos nós!

 

Namastê!

O Yoga, o Minimalismo e Eu

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Já fez contas ao dinheiro que gasta todos os meses em objetos, roupas, sapatos, entre muitas outras coisas das quais não precisa? Já fez contas ao tempo que perde na manutenção, limpeza e arrumação desses mesmos objetos dos quais não precisa?

 

Para quem desconhece o conceito de minimalismo não é mais que reduzir aquilo que é realmente necessário e que acrescenta valor as nossas vidas. Desde objetos, as relações, aos compromissos, as emoções ou aos pensamentos.
 
 
Vivemos numa época de consumo e devido a constante publicidade é despertado em nós uma necessidade de TER, no entanto mesmo após termos tantas coisas em nossas vidas, acabamos sempre com a sensação que tudo nos falta.
 
 
O minimalismo entrou na minha numa altura em que fiquei, por opção própria, desempregada. Era uma grande consumidora sobretudo de roupa e sapatos e no primeiro dia em que fiquei em casa sem emprego, a minha grande questão era, como vou agora comprar roupa nova e sapatos novos? Absolutamente ridículo, eu tinha o suficiente para manter as minhas necessidades básicas satisfeitas pelo tempo suficiente para encontrar um novo emprego, porque havia de estar preocupada em comprar sapatos novos?
 
 
Foi por esta altura que "descobri" o minimalismo e consegui fazer, de imediato, um paralelismo com o Yoga, que já fazia parte da minha vida.. Se existe prática minimalista, essa prática é o Yoga, não precisamos de nada, basta o corpo, a mente presente e a respiração. Conseguimos trabalhar tudo, parte muscular, parte fisiológica, sistema imunitário, emoções, bem-estar, isto tudo em qualquer lugar, em qualquer altura apenas usando o nosso próprio corpo e um tapete de Yoga.
 
 
O Yoga ensina a parar, ensina a gratidão, ensina como as coisas simples nos podem realmente fazer felizes. No minimalismo aprendemos a valorizar aquilo que temos e a ter uma maior consciência do que realmente nos faz falta desapegando daquilo de que não precisamos.
 
 
Não foi só eu que descobri estes pontos em comum, existem inúmeros Blogues cujos temas se centram exclusivamente no Yoga e/ou na meditação e no minimalismo.
 
 
Estas duas filosofias ensinaram-me que já tenho tudo aquilo que preciso para ser feliz!
 
 
Namastê!

O que a escacez pode ensinar

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Foi a cerca de um ano atrás, após o nascimento da minha filha, que tomei a decisão de ficar em casa como mãe a tempo inteiro por tempo indeterminado.

 

Ora para ficar sem trabalhar não basta querer, tem de haver condições para isso e como parece óbvio nesta situação o meu marido assumiu todas as despesas da casa.

 

Agora imaginem aumentar um membro à família e reduzir um ordenado (ainda que incerto) no orçamento total familiar. Foi preciso fazer alguns ajustes. 

 

A grande lição que tirei deste ano, foi que se não reduzirmos as nossas necessidades nunca estaremos satisfeitos.

 

Ora pensem, trabalhávamos para suprir as necessidades básicas e melhorar as nossas condições de vida, mas assim que passamos a ganhar mais passamos automaticamente a trabalhar também mais tempo e a querer, por isso, nos compensar de alguma forma. Normalmente adquirindo bens materiais, bens de consumo.

 

Os estudos demonstram que ao longo dos anos, apesar das nossas rendas aumentarem o nosso nível de felicidade tem se mantido relativamente estável, o que demonstra que não é a nossa riqueza material e monetária que nos trás felicidade. Gráfico em baixo mostra o caso Americano. 

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Ganhamos melhor, queremos melhores roupas, um melhor carro, uma casa maior, no fim das contas aumentamos de tal forma as nossas necessidades e por nunca estar satisfeitos pois queremos sempre mais e melhor. O tal consumo que nos leva a acreditar que a felicidade está em possuir coisas.

 

Não senti que neste último ano tenha estado em privação de alguma coisa (a não ser de sono 😝), a verdade é que nada me faltou. As minhas necessidades de alimentação, abrigo, segurança, saúde, higiene e conforto estiveram asseguradas e por isso percebi que pouco ao nada me falta. 

 

As minhas necessidades são menores o que me torna uma pessoa mais satisfeita com tudo aquilo que tenho. Valorizo muito mais os meus pertences e cuido melhor deles pois quero minimizar a necessidade de ter de adquirir coisas novas. 

 

De certo uma lição de que pouco precisamos para sermos felizes. Um ano minimalista para uma vida mais simples.

Trocando a cidade pelo campo

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Tenho um sonho, um sonho antigo, talvez tenha começado quando terminei a Universidade e tive o meu primeiro trabalho pós curso. Senti o quanto a rotina, as exigências económicas, as exigências de produtividade e de subsistência na capital pode ser devastadoras.

 

Este meu sonho de ir viver para o campo, longe de tudo mas perto de muita coisa, intensificou-se com o nascimento da minha filha. Criamos em nós o desejo de lhe proporcionar uma vida mais calma, com tempo para crescer e explorar, contacto com a natureza e a possibilidade de brincar na rua tal como nós na nossa infância.

 

Demorei algum tempo para aceitar esta decisão porque qualquer mudança não implica somente ganhos, existem muitas perdas associadas também, e como qualquer outra pessoa tenho tendência para me agarrar às perdas e aos "ses". 

 

Com a pandemia as saídas com uma bebé de um ano ficaram ainda mais difíceis e reduzidas a alguns locais. Todos os pais sabem a dificuldade que é sair com um bebé para qualquer lado mas numa cidade onde ainda temos de acrescentar tempo de trânsito e agora a possibilidade de aglomerações que pretendemos evitar, tudo se tornou mais difícil. Passamos muito tempo em casa, muito tempo mesmo. Mais tempo do que aquilo que considero saudável para a mente seja de quem for. 


Foi num fim de semana onde estávamos, invariavelmente, em casa, eu e o meu marido cansados e a nossa bebé de energia infinita percebi que para criar um filho é preciso uma Aldeia. 

 

Este provérbio de origem Africana fez um click na minha cabeça. É preciso uma Aldeia no sentido de que não basta o pai e a mãe para criar, educar e cuidar de um filho, como é preciso uma Aldeia no verdadeiro sentido da palavra. Uma Aldeia seria o local onde teriamos aquilo que desejamos para ela. Liberdade, natureza, viver com calma, explorar sem pressa.


A decisão foi assim tomada. Será um processo que levará alguns meses a concretizar e acredito, também vários meses para uma adaptação a uma nova e total diferente realidade. Não sei se este nosso sonho está ou não enviesado por uma visão pouco realista do que significa realmente viver numa Vila do interior do nosso país, no entanto se não tentarmos nunca saberemos. 

Sem dúvida que representa mais um enorme passo no sentido de uma vida mais minimalista! 

O minimalismo caiu sobre a minha (nossa) cabeça

Imagem de Free-Photos por Pixabay

Sete da manhã, espreito pela janela! O dia esta chuvoso, penso que assim é melhor, custa menos estar em casa quando chove lá fora. Por outro lado a chuva, o tempo cinzento também nos deixa a nós mais cinzentos... 

Questiono-me se vale a pena trocar o pijama...por um fato de treino. Valerá mesmo a pena? E aquelas calças novas que tinha comprado recentemente, para que as vou vestir dentro de casa? Ninguém as vai ver. Porque comprei, afinal, as calças? Para outros as verem? 

Os ovos acabaram...nunca me tinha apercebido como adoro comer ovos pela manhã! Eles nunca tinham faltado cá em casa...

Apesar de ter aguardado o maior número de dias possível é preciso ir ao supermercado. Mas não me sinto segura lá fora...e se trago alguma "coisa" para dentro de casa? Bem, calma! Vou só às compras... 

E se me cruzo com alguém dentro do prédio? Do elevador, na rua? Tenho medo dos outros e os outros têm medo de mim! Somos todos uma espécie de zumbies disfarçados de pessoas saúdáveis?! 

Todos os dias telefono aos meus pais, antes não tinha tempo....ou talvez tinha demasiadas desculpa para não ter tempo. Passei a arranjar tempo para ligar todos os dias... 

Agora sim, forçosamente foi obrigada a ver e a valorizar aquilo que é efetivamente mais importante e o que faz realmente falta para nos sentirmos bem, felizes, saudáveis.... não basta escrever teorias minimalistas, é preciso senti-las efetivamente...vive-las!!! 

 

Beneficios de uma casa minimalista

Imagem de Laney5569 por Pixabay

Para quem acompanha sabe que mudei de um t1 bem pequeno para um t2 com maiores dimensões, precisamente por ter falta de espaço e de arrumação, mas ao fim de poucos meses já o meu t2 não era suficiente e foi este mais um dos motivos que me levou a perceber que talvez eu teria eram coisas a mais e não espaço a menos. (Não é falta de espaço, são coisas a mais).

Desde que decorei e organizei a minha casa dentro de um estilo minimalista tenho confirmado os vários benefícios que uma casa mais simples e com menos coisas pode fazer por mim e pela minha vida.

 

Mais tempo para si - Esta é uma das grandes vantagens.  Pense limpar uma casa completamente vazia é muito mais fácil que limpar uma casa muito cheia de móveis, objectos decorativos ou a chamada tralha. Tem de aspirar todos os cantos ou retirar todos aqueles objectos de cima da sua mesa, desviar tapetes, lavar por baixo da cama que está cheia de caixas... Claro que não estou a sugerir ter uma casa vazia, mas o menos pode ser, neste caso, mais, mais tempo para si e para coisas que realmente lhe dão prazer fazer, afinal os tempos livres devem de ser ocupados da melhor forma. 

 

Menos stress na sua vida - Uma casa que tenha muita acumulação de coisas caminha, naturalmente, para a desordem por maiores que sejam os nossos esforços no sentido oposto. A desordem é uma stressante distracção visual. Uma casa minimalista promove a calma, o bem-estar e não sentimos que os nossos bens controlam o nosso tempo e sim que somos nós que estamos no controlo. 

 

Uma casa visualmente mais atraente - Quando vê imagens de casas, provavelmente aquelas que serão para si mais atraentes são aquelas que têm muito poucas coisas e que estão bastante organizadas e arrumadas. A verdade é que a maioria de nós é atraído por esse tipo de imagens. A sua casa também pode ser visualmente mais atraente ao se tornar mais simples. Ao dar ênfase a peças realmente bonitas e das quais gosta, ao dar espaço aquilo que realmente usa diariamente e que acrescenta valor à sua vida, arrumando no seu devido lugar aquilo que menos usa, deitando fora ou dando aquilo que não vai conseguir rapidamente ter uma casa digna de imagem no Pintarest.

São ou não bons motivos para simplificar e organizar a sua casa?